Taxonomia

Sinonímia botânica

Euterpe equsquizae Bertoni ex Hauman, Euterpe globosa Gaertn

Nomes vulgares

Açaí-do-sul, ensarova, içara, inçara, iiçara, iuçara, jaçara, jiçara, juçara, palmito, palmeiro-doce; palmiteiro-doce, palmiteiro, palmito-branco, palmito-da-mata, palmito-doce, palmito-juçara, palmito-vermelho, ripa, ripeira

Variedades

Popularmente conhecidas são: palmito branco, palmito vermelho e palmito macho ou encapado. A principal diferença entre os dois primeiros é a coloração da bainha (vermelha) e comprimento e diâmetro do caule (mais alto e fino) na variedade vermelho. Diz-se que o branco oferece o palmito melhor. As folhas velhas do macho ou encapado não se desprendem, deixando sempre o palmito encoberto pelas folhas secas. Outra característica desta variedade é não se observar nitidamente a inflorescência, o que nas outras ocorre (MATTOS & MATTOS 1976). O palmito desta variedade, segundo produtores, oferece um palmito de baixa qualidade. Em contraste com observações de REIS e BABISTE (informação pessoal), as duas formas (masculina e feminina) não são considerada variedades diferentes, mas as desigualdades podem ser atribuídas às diferenças mecânicas. Se as folhas velhas de uma planta macho são cortadas, a planta desenvolve inflorescências e frutos como uma planta feminina.

Estrutura típica de uma floresta Ombrófila Densa sub-montana na parte sul da Mata Atlântica com uma densidade elevada de E. edulis

Origem e distribuição geográfica

Dentro do subtribo neotropical Euterpeinae, cerca de 32 espécies distribuem se ao longo das Antilhas e América do Sul, 7 delas são Euterpe (HENDERSON & GALEANO 1996) amplamente distribuídas no planície até às florestas Ombrófila Densa nas montanhas. 5 espécies são encontradas no Brasil:

- Euterpe edulis Martius (Juçara)
- E. catinga Wallace (Açaizinho)
- E. oleracea Martius (Açaí)
- E. longibracteata Barbosa Rodrigues (Açaí-da-Terra-firme)
- E. precatoria Martius (Açai-da-mata) (HENDERSON 2000).

Muitas espécies do gênero apresentam potencial para a produção de palmito, mas destacam-se Euterpe edulis Martius (Juçara) com distribuição preferencial ao longo do litoral brasileiro, na Floresta Atlântica, e Euterpe oleracea Martius (Açaí), no baixo Rio Amazonas.

Euterpe edulis é uma palmeira nativa e endêmica do Domínio da Floresta Tropical Atlântica do Brasil. Sua área de ocorrência se estende desde o Sul da Bahia (15ºS) até o Norte do Rio Grande do Sul (30ºS) com distribuição principalmente na orla atlântica. Ocorre também no Norte da Argentina e Leste do Paraguai (REIS et al. 1996, LORENZI et al. 2004). Originalmente o palmiteiro apresentava uma distribuição caracterizada por elevados índices de abundância e freqüência no estrato médio das formações Ombrófila Densa e na maior parte das formações Estacional Decidual e Estacional Semidecídual (REIS et al. 2000a). Na formação Ombrófila Mista tem sua ocorrência restrita às áreas ciliares, não ultrapassando altitudes entre 700 e 900 m. Observações adicionais indicam a ocorrência da espécie nas áreas de veredas do Cerrado.